Preste bem atenção no que
o texto diz: “Mas um
samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele, vendo-o, moveu-se de íntima
compaixão” (Lucas
10.33).
O samaritano passou perto
do homem. Observe que os outros “passaram
de largo”, significando que
tiveram que fazer um desvio, afastar-se do caminho para não esbarrar ou
tropeçar no homem caído. Mas esse samaritano, que não tinha nada a perder ou a
ganhar com o gesto, passou perto.
O levita e o sacerdote
passaram por fora, motivados por vários fatores: pressa, outras prioridades,
preconceito racial, preconceito religioso, medo de se tornarem eles mesmos
presa de ladrões e etc. Aproximar-se demais poderia gerar envolvimento,
compromisso, e nenhum dos dois parecia disposto a isso. O sacerdote, porque
tinha compromisso de se manter cerimonialmente limpo, e tocar num cadáver
deixava o sacerdote imundo, segundo a lei de Moisés.
Aproximar-se do ferido
Este é o primeiro segredo para a restauração
de um discípulo ferido. O sol daquela região é causticante. O samaritano, com
certeza, tinha que se mostrar, chegar perto e agachar-se junto ao homem caído.
Isto o deixava vulnerável, pois os bandidos poderiam ainda estar por perto.
Ele precisava não ter medo de sangue ou nojo de vômito, pois certamente o ferido estava em estado lastimável. O texto não diz quem era o ferido, mas provavelmente era um judeu. O samaritano não se preocupou com a raça, a religião ou a situação social e econômica do ferido. Ele simplesmente achegou-se a ele no intuito de ajudar.
Ele precisava não ter medo de sangue ou nojo de vômito, pois certamente o ferido estava em estado lastimável. O texto não diz quem era o ferido, mas provavelmente era um judeu. O samaritano não se preocupou com a raça, a religião ou a situação social e econômica do ferido. Ele simplesmente achegou-se a ele no intuito de ajudar.
Não podemos amar de longe, ajudar de longe,
demonstrar empatia e identificação à distância. É preciso aproximar-se, tocar,
sentir o real estado da pessoa.
Aquele que vai ajudar precisa ter muito
cuidado com os preconceitos e estereótipos. Assim também aquele que vai ser
ajudado, o discípulo ferido, não pode recusar ajuda, não pode ser orgulhoso a
ponto de morrer sem receber o socorro que lhe oferecem.
Rumi, um poeta persa da antiguidade, conta a
seguinte parábola:
Um guerreiro foi ferido por uma seta numa batalha.
Quiseram arrancar-lhe a flecha e curá-lo, mas ele exigiu saber quem era o arqueiro, a que classe social ele pertencia e onde tinha se posicionado para disparar. Também quis saber a forma exata do arco e o tipo de corda utilizada. Enquanto se esforçava por saber todos estes detalhes, faleceu.
Quiseram arrancar-lhe a flecha e curá-lo, mas ele exigiu saber quem era o arqueiro, a que classe social ele pertencia e onde tinha se posicionado para disparar. Também quis saber a forma exata do arco e o tipo de corda utilizada. Enquanto se esforçava por saber todos estes detalhes, faleceu.